Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

Wednesday, November 30, 2011

ARTISTA DO MÊS DE OUTUBRO: JACQUES DOUCHEZ (1921-2012).

O artista nasceu em Mâcon (França), onde completou sua formação acadêmica em Língua Espanhola e Literatura Francesa. O jovem viajou em missão universitária para o Brasil, onde radicou-se (1947). Vivendo em São Paulo, Douchez passou a lecionar no Liceu Pasteur, na Aliança Francesa e tornou-se professor titular de História da Arte nas Faculdades Integradas de Santo André; ele ministrou cursos avulsos no M.A.S.P. e na F.A.A.P. Depois que começou a pintar (1942-), Douchez foi aluno de Gaetano de Genaro e, posteriormente, integrou o Atelier Abstração (1951-1959: v). Dirigido por Samson Flexor, foi o primeiro ateliê particular dedicado a desenvolver a Arte Abstrata na cultura brasileira. Grandes artistas formaram-se nessa convivência harmoniosa, sendo Douchez dos mais destacados. Douchez recebeu o 1o Prêmio Governador do Estado, no V Salão Paulista de Arte Moderna (1956). Norberto Nicola e Douchez viajaram juntos a Europa, visitando os principais centros de produção de Tapeçarias, detendo-se em Aubusson (1960). Depois que voltaram ao Brasil, Douchez e Nicola visitaram nossa primeira reconhecida artista têxtil, Regina Gomide Graz (1904-1973), e dela adquiriram teares para produção de obras têxteis. Nascia assim o Atelier Douchez-Nicola para produção de Arte Têxtil (São Paulo, 1957-1980). Os artistas prosseguiram em caminhos individualizados e criativos na aplicação das técnicas têxteis contemporâneas, baseadas nas adaptações pessoais das vertentes clássicas da arte de tecer francesa, da tradicional técnica europeia conhecida como Gobelin.


Do ateliê conjunto surgiram formas tecidas, estruturais, nas cores quentes da lã misturada com outras fibras, como sisal. As obras de Douchez foram totalmente estruturadas, no construtivismo geométrico, e sua arte tecida foi sempre projetada nos minimos detalhes da complexa elaboração e execução, que introduzia fendas de expressivas dimensões e cruzamentos variados de tiras tecidas separadamente. A resolução elaborada do suporte visava estruturá-lo, a fim de que pudesse suportar o grande peso final das obras tecidas. Douchez criou este acessório de forma inovadora, integrando-o com bastante volume à obra, projetado de forma a valorizar a espessura de suas tramas cruzadas, visando a conquista do espaco arquitetônico de grandes dimensões. As criações abstratas nas técnicas e materiais têxteis de Douchez foram compostas em vários planos, em cores contrastantes que se sucediam, muitas vezes incorporando sombras resultantes de seu mistério têxtil. A obra de Douchez reteve a expressão pessoal de qualidade internacional. passando ao largo de qualquer folclore ou diletantismo na sua brasilidade, expressa nas cores quentes do país tropical.


Douchez expôs individualmente, nacional e internacionalmente na Galeria da Folha de São Paulo (1959); na Galeria Sistina (São Paulo, 1961); na Galeria Astréia (São Paulo, 1962) e no Centro de Arte (Lima, Perú, 1962); no Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro) e na Galeria Astréia (São Paulo, 1963); no Centro de Artes e Letras (Montevidéu, Uruguai, 1963); na Galeria Portinari (Lima, Perú, 1965); no Museu de Arte Moderna (Cidade do México, 1966); na Galeria Bonino (Rio de Janeiro) e na Galeria Documenta São Paulo, 1968; 1969); novamente na Galeria Bonino (Rio de Janeiro) e no Palácio de Belas Artes (Cidade do México, México, 1970); na Galeria da OEA - Organização dos Estados Americanos (Washinghton D.C., 1971); na Galeria Cosme Velho (Rio de Janeiro, 1972); no MASP - Museu de Arte Assis Chateaubriand (São Paulo, 1973); novamente na Galeria Documenta (São Paulo) e na Fundação Gulbekian (Lisboa, Portugal,1975); no Instituto Cultural Americano-Brasileiro (Washinghton D.C., 1976); na Galeria Praxis (Buenos Aires, Argentina, 1978); na Galeria Múltipla de Arte (São Paulo, 1979). Douchez comemorou 20 anos de Tapecaria, no MAC - Museu de Arte Contemporânea (Curitiba, Paraná, 1982); e expôs na Galeria Arte Aplicada (São Paulo, 1984); e, novamente na Galeria Múltipla de Arte (São Paulo, 1989).O artista voltou a pintar e expôs em mostra individual pinturas e obras têxteis, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2003), na Pinacoteca Benedito Calixto (Santos, SP), e na individual Esculturas Tecidas Jacques Douchez no Espaço Cultural da BM&F - Bolsa de Mercadorias e Futuro (São Paulo, ago.-set., 2003).


Douchez expôs coletivamente, nacionalmente, no Panorama Atual da Arte Brasileira, no MAM (São Paulo, 1969); na Expo 70 (Osaka, Japão, 1970). O artista foi homenageado com Sala Especial, na XI Bienal (São Paulo, 1971), no mesmo ano em que ele recebeu o Prêmio Governador do Estado (Tapeçaria). O artista participou do Documentario sobre arte brasileira (vídeo), realizado por Carlos Von Schmidt para a TV Cultura (São Paulo), associada à TV alemã, no ano em que recebeu o Prêmio da Crítica de Arte pela Melhor Exposição do Ano (São Paulo, 1973). Douchez participou das mais importantes mostras nacionais de tapeçaria, como da I Mostra Brasileira de Tapeçaria, na FAAP (São Paulo, 1974): ele recebeu o 1o Prêmio, na I Trienal de Tapeçaria, no MAM (São Paulo, 1976); e participou da II e da III Trienal, MAM (São Paulo, 1979; 1982). Douchez participou com Archangêlo Ianelli, Maria Martins e Norberto Nicola da mostra Quatro Artistas Brasileiros, no MAM - Museu de Arte Moderna (São Paulo,1980); Douchez foi homenageado na Semana da França, na coletiva Douchez e a Tapecaria Brasileira (Rio de Janeiro, 1983), organizada por Rita Cáurio com a participação de várias artistas brasileiras como Heloisa Crocco, Rachela Gleiser, Joana Moura, Liane Moya, Sonia Moeller, Vivian Silva, Arlinda Volpato e Vera Zattera, entre outras. Durante anos Douchez foi Conselheiro do CPT - Centro Paulista de Tapecaria, participando como convidado especial e artista homenageado na I e II Mostra do CPT (São Paulo, 1986; 1987).


Obras de Douchez participaram de inúmeras mostras coletivas na internacionais como da Arte Brasileira, na Galeria Jansen e no Museu de Arte (Viena, Áustria, 1966); da Bienal Punta del Este (Uruguai,1967); de mostra na Galeria Ruth Kaufmann (Nova York, 1971); no Museu de Arte Moderna (Buenos Aires, Argentina, 1975); no Museu Nacional de Belas Artes (Santiago, Chile,1980), na Fundação Gulbekian (Lisboa, Portugal), na Associação Comercial (Porto, Portugal); no Forum Cultural (Bonn), no Edifício do Parlamento (Stuttgart), no Memorial Hoechst e no Retiro Bayer (Leverkussen, Alemanha, 1980). Douchez expôs na II. III, IV, V, VII, IX, XI e XIII Bienal Internacional de São Paulo; na Bienal Brasil Século XX, todas na Fundação Bienal de São Paulo; e na III Bienal de Tóquio (Japão).


Obras de Douchez participam dos acervos do Banco da Cidade; Banco do Brasil; Banco Itaú; Fundação Calouste Gulbekian (Lisboa, Portugal); Fundação Roberto Marinho - Rede Globo (Rio de Janeiro); Palácio Itamaraty (Brasília D.F.); Centro Kennedy (Washinghton D.C., EUA); Museu de Arte Brasileira - FAAP (São Paulo); Museu de Arte Contemporaneous (Campinas, SP); MAC - Museu de Arte Contemporaneous - USP - Universidade de São Paulo; Museu de Arte de São Paulo; MAM - Museu de Arte Moderna (São Paulo, SP); Pinacoteca do Estado de São Paulo.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO GERAL. MILLIET, S.; PFEIFER, W. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953.

CATÁLOGO. Esculturas Tecidas: Jacques Douchez. São Paulo: Espaço Cultural da BM&F - Bolsa de Mercadorias e Futuro, 26 ago.- 12 set., 2003.

CATÁLOGO. Exposição Nacional de Arte Têxtil - Evento Têxtil/ 85. Porto Alegre: MARGS, 1985,
il., 21,0 x 21,5 cm.

CÁURIO, R. Artêxtil no Brasil: Viagem pelo mundo da tapeçaria. Rio de Janeiro: 1985. 304p, il., algumas color., 21,5 x 29,5 cm, pp. 9, 92 93, 104, 112, 117, 118, 123, 124, 125, 150-156, 170-171, 210, 235, 238, 244.

DICIONÁRIO. LEITE, J. R. T. Dicionário Crítico de Pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Paulo Mendes da Silva - Art Livre, 1988, p. 168

FOLHETO. CÁURIO, R. Douchez e a Tapecaria Brasileira. Rio de Janeiro: Aliança Francesa e Câmara Francesa do Comercio do Rio de Janeiro, 1983

VERLET, P.; FLORISOME,M.; HOFFMEISTER, A.;TABARD, F.; LURÇAT, J. Le Grand Livre de la TapisserieLausanne; Edita, 1965, pp. 147-150.

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