Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

Saturday, October 25, 2014

Liberdade, democracia e voto.

Liberdade, democracia e voto. Quando entrei na Faculdade de Arquitetura, prestei concurso para a FAU e o Mackenzie. Não passei para a FAU, e fui excedente, isto é, aprovada no Mackenzie, mas sem direito à vaga. Liderei o movimento dos excedentes: entramos todos, em 1963. No mesmo ano entrei para a UNE e fui a única representante da Universidade Presbiteriana Mackenzie no Congresso Nacional de Arquitetura, em Salvador. Tornei-me Diretora Cultural do Grêmio DAFAM. No ano seguinte, começou a ditadura e a reunião de três estudantes conversando no pátio era considerada subversiva. A diretora da Universidade, que assinou o meu diploma, Esther de Figueiredo Ferraz, tornou-se simpatizante ou mais que isto, da ditadura. O Grêmio foi fechado. Todos os universitários foram perseguidos: isolei-me na biblioteca da FAU, que ficava em frente, e os livros tornaram-se meu oásis de deleite. Ainda meu grupo, o do final da chamada, foi manifestar-se na Praça da Sé: comparecemos eu, a Vera, a Viviane, o Roberto, o Waltinho Dantas e o outro Walter. Ficamos muito assustados com os tiros disparados pela polícia, armada e à cavalo. Foi nossa única e última tentativa de manifestação. A repressão matava, não era brincadeira. Fui sondada para aliar-me a um grupo político de esquerda: não quis. Naquele tempo, no segundo gráu, havia o dito, Clássico e o Científico. Para cursar Arquitetura deveria ter cursado o Cientifico, que enfatizava a Matemática e a Física. Cursei o Clássico, com ênfase no Latim, Francês, Português, Desenho e Música. Até hoje nem sei como sobreviví às equações matemáticas: tive que estudar muito para superar Cálculo, Concreto I e II, e levei bomba em Concreto Protendido. Foram férias lamentáveis, fiz outra prova e passei. Foram oferecidas bolsas de viagem aos Estados Unidos: na primeira que concorrí, eram 30 vagas, fiquei no 32o lugar. Foi bem frustante, pois meu namorado passou. Na próxima, bem mais difícil, pois eram mais de 500 candidados para duas vagas, passei. Fui Jovem Embaixadora do Brasil nos Estados Unidos. Todos os países do cone sul das Américas enviaram dois jovens: nos encontramos todos em Miami e viajamos juntos, encontrando líderes políticos, visitando organizações de combate à pobreza até as Nações Unidas e OEA, em Nova York. Depois cada Jovem Embaixador seguiu para um estado diferente: fui sorteada com o melhor de todos, ganhei a Califórnia. A organizadora chegou com um calhamaço de passagens e cruzei de onibus Greyhound 18 estados americanos. Foi uma viagem espetacular. Me lembro até hoje de ter acordado um dia em Laramie: a cidade era tema de um dos primeiros seriados de televisão, aquela branco e preta da tela pequena cheia de chuvisco. Bem, voltei, retomei os estudos formei-me, mas até hoje acho que deveria ter cursado jornalismo. Quando votei pela primeira vez fui eleitora do Jânio Quadros. Nem entendí quando ele renunciou. Depois foram décadas sem votar, sem escolher. Calaram o Brasil. Não calaram os inteletuais e artistas: mesmo com a censura, davam sempre um jeito de aparecer. De volta ao Rio de Janeiro, no grande sucesso do espetáculo Opinião, cantavam: podem me bater, podem até deixar-me sem comer, que eu não mudo de opinião… Pois o maior anseio do ser humano é a liberdade. Liberdade de opinião. Certamente a minha é diferente da sua, por sua vêz diferente da de muitos outros. Cada um tem a sua opinião. Vai para a rua manifestar-se. Hoje pode. A imprensa também é livre, diz o que quer, quando quer, como quer. Que maravilha essa liberdade de ser e de opinar. Celebro a democracia, a liberdade, as eleições livres, a minha e a sua opinião. Mesmo que sejam diferentes. No Rio de Janeiro de antigamente, recordei os votos de protesto, que elegeram dois animais do Zoológico: o macaco Tião e o rinoceronte Cacareco. Bem, prefiro o voto que escolhe candidatos humanos. Mesmo que não sejam inteiramente de seu agrado, pois afinal ninguém é perfeito, nem se encaixa totalmente na minha ou na sua opinião. Temos Democracia. Temos muito, muito o que celebrar. Celebre sua liberdade, celebre sua escolha, mostre sua opinião. Vote. Viva a liberdade de opinião!!! Vivian

Tuesday, June 24, 2014

BIOGRAFIA: VASCONCELLOS, Bia (1946-).


 
BIOGRAFIA: VASCONCELLOS, Bia (1946-).

 
A artista nasceu no Rio de Janeiro mas estudou no exterior; Vasconcellos, frequentou os ateliês dos pintores Mariaca e Arnal (Bolívia, 1962-1963) e o ateliê de Alex Porter, quando cursou a Finishing School (Londres, 1963-1964). Quando a artista voltou a viver no Rio de Janeiro, ela frequentou o ateliê da ceramista Hilda Gölz (1966).



Vasconcellos cursou Cenografia, Cerâmica e Programação Gráfica na Universidade Americana (Cairo, Egito, 1969-1971); nesta cidade ela frequentou o ateliê do artista plástico Saad Kamel e realizou suas primeiras obras de Design de Superfície, na técnica de Batik. A artista expôs suas obras no Club Dell'Aretusa (Londres) e participou do Festival Due Mondi (Spoletto, Itália). De volta ao Rio de Janeiro, Vasconcellos cursou Gravura (serigrafia) com Dionísio Del Santo. Vasconcellos começou a desenvolver seus primeiros trabalhos nas técnicas têxteis (Tapeçaria); suas obras participaram das principais mostras nacionais e internacionais da dita, Cultura da Fibra.

 
 
Vasconcellos expôs individualmente na sua primeira mostra na Galeria Goeldi; suas obras participaram de mostras coletivas na Mini Gallery (Rio de Janeiro) e na Galeria Bonfiglioli (São Paulo, 1971), na Galeria Gead e na Galeria de Arte do Hotel Copacabana Palace (1967; 1972); e, no mesmo ano ela expôs na IX Bienal Internacional (São Paulo, 1967); obras de Bia participaram da II Feira Nacional do Artista (1968). A artista expôs na Galeria Astréia (São Paulo, 1972); na coletiva O Rosto e a Obra, na Galeria Grupo B (Rio de Janeiro, 1973); em outra coletiva no Palácio das Artes (Belo Horizonte, 1973). Bia expôs obras no Salão de Verão, no MAM (Rio de Janeiro), e, no mesmo ano, Vasconcellos expôs em duas mostras coletivas, sendo uma na Galeria Grupo B, a segunda na Galeria Zodíaco (1974); a artista participou de mostras coletivas na Galeria Contorno e na Petite Galerie (Rio de Janeiro, 1975). A artista participou da mostra O Auto-Retrato, realizada na IV Bienal de Arte no Instituto Cultural Domecq (Cidade do México, 1984) da Arte sobre Papel; e no Panorama Atual da Arte Brasileira, no MAM (São Paulo, 1987).

 
 
Participando das principais mostras da Cultura da Fibra, Vasconcellos expôs na I Mostra Brasileira de Tapeçaria, no MAB/ Museu de Arte Brasileira da FAAP/ Fundação Armando Álvares Penteado (São Paulo); no mesmo ano, obras de Vasconcellos participaram da coletiva Tapeçaria Brasileira na Reitoria da UFMG/ Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, 1974). Obras da artista participaram do I Encontro de Tapeçaria Brasil - Uruguai (Montevidéu, 1975) e do SNAM/ Salão Nacional de Arte Moderna (MEC, Rio de Janeiro); da I Trienal de Tapeçaria, no MAM (São Paulo, 1976), onde ela recebeu Menção Honrosa; e do I Encontro de Tapeçaria Argentina - Brasil - Uruguai, realizado na Fundação Lorenzutti (Buenos Aires, 1977).

 
 
Vasconcellos participou de várias mostras coletivas como na Galeria Eucaexpo, bem como enviou suas obras para a mostra Fiber Works: Americas and Japan, inaugurada no MAM (Kioto, 1977), itinerante à Tóquio (1978). Obras têxteis de Vasconcellos participaram da mostra Caminhos da Tapeçaria Brasileira, na FUNARTE - RJ (1978) e da II Trienal de Tapeçaria, no MAM (São Paulo, 1979); de mostra coletiva na Galeria de Arte do Centro Cultural Cândido Mendes (1982). A artista foi convidada especial na III Trienal de Tapeçaria, realizada no MAM (São Paulo, 1982), e, no mesmo ano, Vasconcellos expôs suas obras têxteis em mostra individual na Galeria Paulo Figueiredo (São Paulo); no Salão Michoacano Internacional do Têxtil em Miniatura, na Casa de La Cultura (Michoacán, México, 1985). No mesmo ano Vasconcellos expôs obras no Museu de Arte Carrillo Gil (Cidade do México, 1985); na mostra Arte Integrada na Arquitetura, realizada na Galeria Villa Rizzo (Rio de Janeiro, 1985); ela participou como convidada do Evento Têxtil 1985, realizado no MARGS (Porto Alegre, RS, 1985) e da Exposição Nacional de Arte Têxtil, realizada na FAAP - SP (1985-1986); Obras de Vasconcellos participaram da mostra Têxtil Latinoamericano em Miniatura, na III Bienal La Habana 89 (Havana, Cuba, 1989) e, como artista convidada, na X Trienal Internacional da Tapeçaria (Lodz, Polônia, 2001).


 
A artista criou a cenografia e os figurinos, bem como a programação visual da peça Na Teoria a Prática é a Outra (São Paulo, 1974-1975). No mesmo ano Vasconcellos realizou cenografia e figurinos para a peça Transas da Noite, e, no ano seguinte para A Mulher Integral (1976). Vasconcellos passou a produzir vidros artísticos, que expôs na mostra Design, no Shopping da Gávea (1990) e A Magia do Vidro, no Rio Design Center (1996); ela expôs jóias com seu desenho na Design Brasil, no Shopping Cassino Atlântico (1999), entre várias outras mostras associadas à arquitetura e decoração, participando dos eventos Casa Cor e de mostra na Artefacto. As fotografias das tapeçarias Lentes cor-de-rosa; O Acrobata Chinês, Altas Confidências e Volúpia, de Vasconcellos, se encontram reproduzidas (ANDRADE, 1978).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
 
ANDRADE, G. E. de. Aspectos da Tapeçaria Brasileira. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1978, pp. 06, 49, 73, 99, 129-130.
 

CURRICULUM VITAE fornecido pela artista.



 

Sunday, May 18, 2014

BIOGRAFIA: MAGRI, Cyssa; Carmem Cecília Magri Orlando (1956-).


 
BIOGRAFIA: MAGRI, Cyssa; Carmem Cecília Magri Orlando (1956-).
 

A artista nasceu em Mococa (SP), mas passou seus primeiros anos de vida em Casa Branca (SP, 1956). Orlando conviveu com artistas locais, que influenciaram sua escolha pela carreira artística; alguns anos mais tarde passou um período vivendo em Los Angeles (CA, 1974). Nesse fase, quando entrou em contato com várias correntes das mais variadas expressões artísticas, Orlando realizou curso de técnicas cerâmicas, e, desta viagem, nasceu sua amizade com os artistas plásticos defensores da Floresta Amazônica, Waldir Sarubbi e Ronaldo Mares Rêgo (Pará).

 
Orlando cursou Literatura Inglesa na PUC (São Paulo,1975-); em seguida, estudou Artes Plásticas na FEBASP e realizou a Pós-Graduação na FASM, com ênfase na técnica de aquarela. A artista frequentou curso de Xilogravura (FAU - USP, 1976); estudou pintura à óleo com Levy Pinheiro e cursou Gravura em Metal com Cláudio Mubarak, no Museu Lasar Segall (1986-1991). Orlando frequentou o curso intensivo Utilização Artística das Fibras Naturais, ministrado pela artista da Cultura da Fibra, Inese Birstins (Latvia - Canadá), juntamente com o grupo de artistas de várias partes do país como Zorávia Bettiol, Marina Overmeer e Vivian Silva (MAC - USP, 1989).


Orlando frequentou o ateliê de Telma Donadio, onde aprendeu as técnicas de Pintura em Seda (1991); ela estudou técnicas de Batik na Sutaco, e aquarela com Alberto Kaplan (1994), com quem no ano seguinte realizou Workshop; ela cursou fotografia na Fuji (1996) e Ensino de Educação na Arte Inclusiva, na FEBASP (2003); e seguiu com Anna Barros os cursos A Luz Como Fenômeno e A Criação Artística (MAC-USP, 2003).


A artista participou de inúmeras mostras coletivas como a Brasil - Marrocos (1986), com o patrocínio da AGASTUR; obras de Orlando participaram da Eco 92 (Rio de Janeiro, 1992); a artista expôs estamparia ecológica por ocasião da mostra coletiva com o grupo de Telma Donadio (São Paulo, 1992); da coletiva de aquarelistas (MAC - USP, 1994); da coletiva de fotografia BBA/ Árvores Floridas (São Paulo, 1996); do IV Salão de Artes Plásticas, no Clube Paineiras do Morumby (São Paulo, 1998); da coletiva Formas e Fatos, na Galeria de Arte Marli Villas Boas (São Paulo, 2000); na Casa Cor (Jaú, SP) e na mostra coletiva da turma de Pós-Graduação da FASM (2002). Foi organizada com a curadoria de Enock Sacramento a 1a Quadrienal Internacional de Aquarela FASM (2003), no Espaço Eugenie Villien da Faculdade Santa Marcelina, que expôs as obras de 124 artistas; acompanhou a mostra - seleção de trabalhos em homenagem ao artista plástico, professor e aquarelista paulista, Ubirajara Ribeiro. Na mesma época várias mostras paralelas foram organizadas, como a Aquarelas do Acervo da Pinacoteca de São Paulo com a curadoria de Roberto Habib de Oliveira, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (13 set. - 26 out., 2002); a mostra Paisagens Aquareladas, com curadoria de Ruth Tarasantchi no Espaço de Artes UNICID (São Paulo, 18 set. - 08 out.); a mostra Aquarela na Ilustração, com curadoria de Ricardo Valery Sanzi realizada no Espaço Cultural João Calvino na Universidade Presbiteriana Mackenzie (10 - 30 set., 2002).
        

Na técnica de tinta acrílica sobre tela as obras pictóricas de Orlando privilegiam Abstrações de inspiração lírica; a artista pinta igualmente na técnica de tinta a óleo sobre tela e realiza muitas aquarelas sobre papel. Várias de suas obras pertencem ao acervo do Consulado do México (São Paulo), do MAC - USP e da Reitoria da UNESP (São Paulo), entre outras coleções públicas e privadas. A obra de C. Orlando encontra-se catalogada no anuário da Casa do Restaurador (São Paulo, 2000).

         
CURRICULUM VITAE fornecido pela artista.

Thursday, May 8, 2014

BIOGRAFIA: BETTIOL, Zorávia Augusta Bettiol (1935-).


DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA:
A CULTURA DA FIBRA.


CAPÍTULO 2.


2.2 BIOGRAFIA: ZORÁVIA BETTIOL.

BETTIOL, Zorávia Augusta Bettiol (1935-).

 
Nasceu em Porto Alegre (RS); gravadora e artista plástica produz desenhos, xilogravuras, linóleogravuras, estandartes e objetos como jóias, chapéus e formas tridimensionais em materiais flexíveis, fios e matérias têxteis, além de instalações tecidas ou pintadas sobre tecidos, entre outras.

Bettiol rexpôs suas obras em mais de uma centena de mostras individuais, entre as quais destacamos as da Galeria Arte Bella (Montevidéu, Uruguai, 1959); Galeria Astréia (São Paulo, 1961); do Centro de Artes y Letras (Punta del Este, Uruguai, 1965); na Galeria Espaço (Porto Alegre, 1966); da Galeria de Arte do Brasilian American Cultural Institute (Washinghton, D.C , 1967); da Mestska Knihovna (Praga, 1968); da Galeria Rzezby (Varsóvia, 1968); da Galeria Simon Patino (Genebra, 1968) e do Palácio da Foz (Lisboa, 1969). Nas mostras citadas a artista apresentou várias séries de xilogravuras, culminando com a mostra patrocinada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre: Quinze Anos de Gravura de Zorávia Bettiol (1971). Suas primeiras Formas Tecidas foram apresentadas a partir da mostra na Galeria Bonino (Rio de Janeiro, 1970).


Bettiol continuou participando de mostras coletivas com Formas Tecidas e Xilogravuras, como no Salão Municipal de La Paz (Bolívia) e na Biblioteca Luiz Angel Arango (Bogotá, Colômbia, 1973); na Galeria do Palazzo Dora Pamphili, Embaixada Brasileira (Roma, 1974); na mostra individual A Arte de Zorávia Bettiol, 1954-1974, realizada no MAM - Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1974); na Galeria de Arte Ítalo-Brasileira (Milão, 1976); na Galeria Debret, (Paris, 1976); na Galeria da Pousada do Carmo e no MAM (Salvador, 1977); na Galeria Práxis (Buenos Aires) e no Museu Boiseree am (Colônia, 1978). No MARGS -Museu de Arte do Rio Grande do Sul Bettiol apresentou a mostra Verde que te quiero verde, de celebração ecológica multimídia com Instalações, Desenhos, Música e Textos (Porto Alegre, 1979). A esta série de mostras das obras da artista seguiu-se outra série internacional, nas quais Bettiol apresentou unicamente Xilogravuras: no Instituto Cultural Brasileiro [Brasilian Cultural Institute] (Washinghton D.C.), ela apresentou a exposição O Mundo de Frank Kafka [The World of Frank Kafka] (1980), que itinerou à Galeria Latina (Estocolmo, Suécia) e ao Kunstforening (Oslo, Noruega; 1982).

Na outra centena de mostras internacionais Bettiol expôs Xilogravuras, como as seguintes: Arte Actual Ibero-Americana, no Centro Cultural (Madrid, Espanha, 1977); na I Trienal del Grabado Latinoamericano (Buenos Aires, 1979); na I, II, III, IV e V Bienal Latino-Americana de Gravura (1970; 1972; 1974; 1979; 1981), destacadas entre inúmeras outras mostras apresentadas nas cidades de Zagreb, Silsak, Titovo, Valenge, Belgrado e Liubliana (Iugoslávia); em Havana (Cuba); em San Francisco (E.U.A.); em Lisboa (Portugal); em mostras no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

A artista recebeu com o 1º Prêmio de Desenho, no XVII Salão de Artes Plásticas no Museu de Arte (Belo Horizonte, MG., 1962); a Medalha de Ouro, no Salão da Primavera (Curitiba, 1964); recebeu o 1º Prêmio de Artes Gráficas, na I Bienal da Bahia, (Salvador, 1966); o 1º Prêmio do Salão de Arte Religiosa (Londrina, PR., 1966); Menção Honrosa na I Mostra Brasileira de Tapeçaria, na FAAP (São Paulo, 1974); Menção Honrosa no 1º Salão de Arte do Rio Grande do Sul, no MARGS (1975); o prêmio Tavolozza d'Oro no Concurso Internacional de Artes Gráficas da Prefeitura de Milão (Itália, 1976); o diploma de Cidadã Emérita de Porto Alegre, homenagem da Câmara Municipal (1985); o prêmio Medalha da Cidade de Porto Alegre, outorgado pela Prefeitura Municipal (Porto Alegre, 1985); o troféu Destaque em Artes Plásticas (Porto Alegre, 1987); o 2º Prêmio na Ars Textrina Internacional Exibit, (Oklahoma, E.U.A., 1997); Menção Honrosa na 1ª Bienal Latino-Americana de Pintura e Tapeçaria (Porto Alegre, 1998); o 1º Troféu Negrinho do Pastoreio, na categoria de pintura (Porto Alegre 2001).

Obras de Bettiol pertencem aos acervos dos maiores museus internacionais, como o Textilmuseum Max Berk (Heidelberg); o Museu del Grabado (Buenos Aires); o Albertina Museum (Viena); a BN - Biblioteca Nacional (Paris); o Museu Ugo de Carpi (Itália); o Museu de Arte Moderna (Kioto, Japão); o Museu Nacional de Varsóvia (Polônia); a Galeria Nacional (Praga); o Museu Americano (Maldonado, Uruguai); a Biblioteca do Congresso [Library of Congress] (Washinghton D.C.); o Museu de Arte de Indianápolis); o MoMA, o Museu Metropolitano Museu do Brooklyn (Nova York); a Casa de Cultura Laura Alvim (Rio de Janeiro, RJ); o acervo do Palácio do Governo do Estado de São Paulo e do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista (SP); a Presidência da República (Brasília); o MASP, o MAM, o Museu da FAAP, a Pinacoteca do Estado e o Centro Cultural Itaú (São Paulo, SP); o MARGS (Porto Alegre, RS); o Museu de Arte de Belo Horizonte (MG); no Museu da Gravura (Bagé, RS); o Museu Ruth Schneider (Passo Fundo, RS); a Casa da Gravura (Campos do Jordão, SP); o MNBA e BN (Rio de Janeiro, RJ). Bettiol, além de toda a sua intensa atividade de exposições no Brasil e no exterior, conseguiu participar de inúmeras associações de classe e artísticas, nas quais atuou sempre de forma ativa, dinâmica e construtiva, deixando sempre a marca de seu espírito otimista e de seu grande senso de organização.

A artista possui personalidade marcante lúdica, curiosa, investigativa, criativa, Bettiol representa o verdadeiro patrimônio da arte brasileira e, especialmente, da arte do Rio Grande do Sul, seu estado natal. Enquanto que, com a arte nas técnicas e materiais têxteis brincou com a liberdade de quem, há muito dominou completamente a técnica, na gravura criou obra de dimensão humana mais profunda, através da qual lançou seu olhar compassivo sobre o homem sofredor. Entre as inúmeras críticas a seu trabalho de gravadora, destacamos a de Jacob Klintowitz sobre a mostra de gravuras com tema de Franz Kafka, na qual ele enfatizou que Bettiol enfrentou o mais difícil tema de nossa época, o indivíduo e a sociedade. Partiu de nosso biógrafo maior, Kafka e criou equivalência de profundo poder poético. E a sua poética se auto-transformou para isto, do lirismo à canção desesperada. O som de seu desenho é grave, e o espaço-tempo fechado, estático. O homem no labirinto, mas ainda assim homem, capaz da busca. Klintowitz acreditou que, ao considerar tema tão grave, a artista elevou-se à sua maior altura humana e estética. E, certamente, a iconografia brasileira enriqueceu-se com esta consideração (São Paulo 1978). E, sobre suas gravuras, declarou Arnold Kohler, que possuem vigor, destaque e irradiação poética absolutamente marcantes. Sobretudo, respiram a vida vinda dos dedos da artista, os quais acreditamos sentir ainda no trabalho (Zurique, 1969) 


Bettiol é artista brasileira com obra inserida na exuberância da luz e cores dos trópicos, mas que aborda temática universal, facilmente observada na obra gravada. Na sua obra moderna na Arte da Fibra, ela demonstrou sua intensa vocação para o figurativo estilizado, notada nas complexas estruturas tecidas, bi e tri-dimensionais. Nessas obras Bettiol utilizou materiais naturais nacionais como o algodão, o sisal entre outras fibras, bem como os minerais brasileiros, aliados às mais avançadas técnicas, obtendo efeitos de relevos, vazados e aberturas nas tramas tecidas. Algumas das obras de Bettiol alcançaram a dimensão espacial, quase sempre com temática centralizada na imagem figurativa de traço simplificado, estilizada, de crianças, pombas, folhagens, entre outras formas variadas, geométricas e abstratas, tramadas nos materiais têxteis. As obras desta fase foram alegres e coloridas, de celebração da vida, da paz, do amor e da liberdade de viver: as séries da dita, Tranfiguração da Pedra, foram associadas às pedras brasileiras semipreciosas do Rio Grande do Sul, quando valorizou-as integrando-as no contexto da obra tecida original.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. Exposição Nacional de Arte Têxtil / 1985, MARGS, Porto Alegre, 24 de abril - 15 de maio de 1985; CGTC, Associação Riograndense Francisco Lisboa, FUNARTE, Sub-secretaria da Cultura, Divisão Municipal de Cultura e MARGS.

CATÁLOGO. II Exposição do Centro Paulista de Tapeçaria. São Paulo: SESC-Pompeia, 09-25 de out., 1987.

Dados curriculares fornecidos pela artista.



Tuesday, May 6, 2014

CAPÍTULO 2.2.1 BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA (Brasil, desde meados da década de 1970-).





DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA:
A CULTURA DA FIBRA.

CAPÍTULO 2.

2.1 BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA(Brasil, desde meados da década de 1970-).



Arte da Fibra surgiu da evolução das antigas técnicas de tecelagem artística e de bordados sobre superfícies tecidas (tecidos ou telas), realizadas a partir da Europa Medieval. No século XX essas técnicas antigas evoluíram para técnicas pessoais originais, diferenciadas e pesquisadas por cada artista, na dita, Arte da Fibra [Fiberart] na Cultura da Fibra [Fiberculture]. As obras criadas nas técnicas têxteis oriundas da tecelagem manual, foram elaboradas com fibras variadas como o algodão, lã, seda, juta, rami, sisal, metal, tela metálica, fio de arame, aramado, além de papel, plástico, nylon, e outras fibras mais raras, como a crina de cavalo e o papel artesanal, bem como as misturas de várias fibras na mesma obra. Essas fibras são tecidas ou entrelaçadas, geralmente nas técnicas baseadas nas antigas técnicas artísticas de tear manual, originárias das tradicionais técnicas de Tapeçaria europeia, medieval, da que ficou popularmente conhecida no nosso país como Gobelin, termo genérico que designa várias técnicas artesanais utilizadas na confecção de Tapeçarias artísticas.



A Arte da Fibra, inserida na Cultura da Fibra (v.), propiciou aos artistas participantes a possibilidade de criação de obras murais têxteis, grandes paredes de fibras, obras inovadoras e, até mesmo Instalações na Arte da Fibra. A maioria dessas obras é abstrata, envolvendo a criação baseada na natureza da técnica de tecelagem artística confeccionada com fibras, nas técnicas de entrelaçamento em ângulos diversos dos fios da urdidura, ocultos no caso da técnica tradicional; ou não, no caso de algumas das técnicas contemporâneas. Essas obras foram desenvolvidas por artistas, que estruturaram a obra tecida na mistura balanceada com a tensão, sempre presente nos fios de urdidura, combinada com a espessura dos materiais, fiados ou não, da trama. Outras técnicas exigem outras pesquisas como as técnicas de envelopamento (wrapping) renda (lace), e costura (sewing), entre muitas outras.

 
No final da década de 1980 o MAC - USP convidou a artista internacional Inese Birtins (Latvia - Canadá), para proferir o curso Utilização Artística das Fibras Naturais, na sua sede no Parque do Ibirapuera. Participaram Zorávia Bettiol, Delba Marcolini, Cyssa Magri, Marina Overmeer e Vivian Silva, entre outras artistas brasileiras envolvidas com técnicas têxteis desde a 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, que publicou catálogo ilustrado com as obras dos participantes,realizada no Museu de Arte Brasileira da Faculdade Armando Álvares Penteado [FAAP] (São Paulo, out. – nov., 1974). Birtins proferiu seu curso anexo a sua grande mostra individual, Contradições do Feltro (05-30 abr., 1989), no MAC - USP (Ibirapuera). As obras da artista foram todas executadas como esculturas de fibras flexíveis na técnica milenar do feltro de lã.



O trabalho precursor que alguns artistas brasileiros, como Labarros, voltado para o ensino e a divulgação da Arte Têxtil, frutificou na organização do importante Centro Paulista de Tapeçaria [CPT] (v.). cuja grande animadora e primeira presidente foi Delba Marcolini e sua última presidente Vivian Silva. Os artistas do CPT participaram das mais importantes exposições da Cultura da Fibra, de mostras nacionais como a I, II e III Trienal de Tapeçaria, todas realizadas no MAM (São Paulo, 1976; 1979; 1982); e do Evento Têxtil 85 e Evento Têxtil 89 (MARGS, Porto Alegre, 1986; 1989). E de mostras internacionais como a BIT - Bienal de Lausanne (1962-1992) e a Trienal de Lodz (Polônia). O MAM, organizador da Bienal Internacional, foi um dos poucos museus nacionais que reconheceu a Arte da Fibra como vanguarda de âmbito internacional, tanto que a Bienal de São Paulo premiou obras de duas das mais importantes representantes internacionais da Cultura da Fibra: Magdalena Abakanowicz (Polônia) e Jagoda Buic (Romênia), bem como o casal de artistas Ritzi e Peter Jacobi (Romênia - Alemanha).
(continua).

 


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO. II Trienal de Tapeçaria. São Paulo: MAM, 1979.

FOLHETO. Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Paço das Artes - Núcleo Paulista de Tapeçaria, 1983


FOLHETO. Contradições do Feltro. São Paulo: MAC - USP, 05-30 abril, 1989.

CÁURIO, R. Artêxtil no Brasil: Viagem pelo Mundo da Tapeçaria. A Journey through the World of Tapestry. Versão de Esther Stearns Dutra e Silva, Kristen Ann Christensen. Rio de Janeiro: Rita Cáurio (ed.), 1985, 304p., il., color., p. 233.

CONVITE. Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, 10-25 nov., 1983.

CONVITE. Mostra Coletiva de Tapeçarias. Guarujá: Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura, 20 abr. - 06 maio, 1984.

CONVITE. Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. Campinas: Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 10-31 ago., 1983.
 
ENTREVISTA com Delba Marcolini, 11 de agosto, 2003.
 
REPORTAGEM. Estilos Diversos de Tapeçaria em Guarujá. Santos: A Tribuna de Santos, sexta-feira 20 abr., 1984.

Sunday, April 27, 2014

ARTÊXTIL: REFERÊNCIAS SELECIONADAS (em construção).



ARTÊXTIL: REFERÊNCIAS SELECIONADAS
 (em construção).

 

ALBERS, A. On Weaving. Middeltown, Connecticut: Wesleyan University Press, 1979.
 

ANDRADE, G. E. de. Aspectos da Tapeçaria Brasileira. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1978.


ANUÁRIO. Architecture, Formes et Fonctions (1962-1963). Lausanne: Anthony Kraft, 1962, pp. 152-157.

 
ARTIGO. Estilos Diversos de Tapeçaria em Guarujá. Santos: A Tribuna de Santos, sexta-feira 20 abr. 1984.

 
ARTIGO. CAMARET, D. Madeira objeto, com seus objetos utilitarian. Heloísa Crocco reeduca o olhar em relação à natureza. São Paulo: Casa Vogue, 2001.


ARTIGO. ZAFFARI, F.; ANDRADE, G. A Mulher da Madeira. Porto Alegre: revista ZH Donna, jornal Zero Hora, 25 nov., 2001, p. 4.


BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color.


BREUILLE, J-P. (Org.). Dictionaire de peinture et de sculpture, l'art du XXe siécle. Paris: Larousse, 1991.


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DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA: A CULTURA DA FIBRA.

 


DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA:
 A CULTURA DA FIBRA.





CAPÍTULO 1.

CLASSIFICAÇÃO DA ARTE TÊXTIL:

1.1 TAPEÇARIA.

1.2 ARTE DA FIBRA [FIBERART].

1.3 A CULTURA DA FIBRA [FIBERCULTURE].


1.4 ARTISTA TÊXTIL [TEXTILARTIST].


1.5 ARTISTA DA FIBRA [FIBERARTIST].

BIOGRAFIAS.

MOVIMENTOS.

CAPÍTULO 2.

2.1
BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA.

2.2
PRINCIPAIS TÉCNICAS DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA.

BIOGRAFIAS.

MOVIMENTOS.

CAPÍTULO 3.

2.2 BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA TAPEÇARIA BRASILEIRA.

2.1
PRINCIPAIS TÉCNICAS DA ARTE DA TAPEÇARIA BRASILEIRA.

CAPÍTULO 4.

2.1
BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA INTERNACIONAL.

2.1
PRINCIPAIS TÉCNICAS DA ARTE DA FIBRA INTERNACIONAL.