Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

Tuesday, May 6, 2014

CAPÍTULO 2.2.1 BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA (Brasil, desde meados da década de 1970-).





DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA:
A CULTURA DA FIBRA.

CAPÍTULO 2.

2.1 BREVE HISTÓRIA DA ARTE DA FIBRA BRASILEIRA(Brasil, desde meados da década de 1970-).



Arte da Fibra surgiu da evolução das antigas técnicas de tecelagem artística e de bordados sobre superfícies tecidas (tecidos ou telas), realizadas a partir da Europa Medieval. No século XX essas técnicas antigas evoluíram para técnicas pessoais originais, diferenciadas e pesquisadas por cada artista, na dita, Arte da Fibra [Fiberart] na Cultura da Fibra [Fiberculture]. As obras criadas nas técnicas têxteis oriundas da tecelagem manual, foram elaboradas com fibras variadas como o algodão, lã, seda, juta, rami, sisal, metal, tela metálica, fio de arame, aramado, além de papel, plástico, nylon, e outras fibras mais raras, como a crina de cavalo e o papel artesanal, bem como as misturas de várias fibras na mesma obra. Essas fibras são tecidas ou entrelaçadas, geralmente nas técnicas baseadas nas antigas técnicas artísticas de tear manual, originárias das tradicionais técnicas de Tapeçaria europeia, medieval, da que ficou popularmente conhecida no nosso país como Gobelin, termo genérico que designa várias técnicas artesanais utilizadas na confecção de Tapeçarias artísticas.



A Arte da Fibra, inserida na Cultura da Fibra (v.), propiciou aos artistas participantes a possibilidade de criação de obras murais têxteis, grandes paredes de fibras, obras inovadoras e, até mesmo Instalações na Arte da Fibra. A maioria dessas obras é abstrata, envolvendo a criação baseada na natureza da técnica de tecelagem artística confeccionada com fibras, nas técnicas de entrelaçamento em ângulos diversos dos fios da urdidura, ocultos no caso da técnica tradicional; ou não, no caso de algumas das técnicas contemporâneas. Essas obras foram desenvolvidas por artistas, que estruturaram a obra tecida na mistura balanceada com a tensão, sempre presente nos fios de urdidura, combinada com a espessura dos materiais, fiados ou não, da trama. Outras técnicas exigem outras pesquisas como as técnicas de envelopamento (wrapping) renda (lace), e costura (sewing), entre muitas outras.

 
No final da década de 1980 o MAC - USP convidou a artista internacional Inese Birtins (Latvia - Canadá), para proferir o curso Utilização Artística das Fibras Naturais, na sua sede no Parque do Ibirapuera. Participaram Zorávia Bettiol, Delba Marcolini, Cyssa Magri, Marina Overmeer e Vivian Silva, entre outras artistas brasileiras envolvidas com técnicas têxteis desde a 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, que publicou catálogo ilustrado com as obras dos participantes,realizada no Museu de Arte Brasileira da Faculdade Armando Álvares Penteado [FAAP] (São Paulo, out. – nov., 1974). Birtins proferiu seu curso anexo a sua grande mostra individual, Contradições do Feltro (05-30 abr., 1989), no MAC - USP (Ibirapuera). As obras da artista foram todas executadas como esculturas de fibras flexíveis na técnica milenar do feltro de lã.



O trabalho precursor que alguns artistas brasileiros, como Labarros, voltado para o ensino e a divulgação da Arte Têxtil, frutificou na organização do importante Centro Paulista de Tapeçaria [CPT] (v.). cuja grande animadora e primeira presidente foi Delba Marcolini e sua última presidente Vivian Silva. Os artistas do CPT participaram das mais importantes exposições da Cultura da Fibra, de mostras nacionais como a I, II e III Trienal de Tapeçaria, todas realizadas no MAM (São Paulo, 1976; 1979; 1982); e do Evento Têxtil 85 e Evento Têxtil 89 (MARGS, Porto Alegre, 1986; 1989). E de mostras internacionais como a BIT - Bienal de Lausanne (1962-1992) e a Trienal de Lodz (Polônia). O MAM, organizador da Bienal Internacional, foi um dos poucos museus nacionais que reconheceu a Arte da Fibra como vanguarda de âmbito internacional, tanto que a Bienal de São Paulo premiou obras de duas das mais importantes representantes internacionais da Cultura da Fibra: Magdalena Abakanowicz (Polônia) e Jagoda Buic (Romênia), bem como o casal de artistas Ritzi e Peter Jacobi (Romênia - Alemanha).
(continua).

 


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO. II Trienal de Tapeçaria. São Paulo: MAM, 1979.

FOLHETO. Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Paço das Artes - Núcleo Paulista de Tapeçaria, 1983


FOLHETO. Contradições do Feltro. São Paulo: MAC - USP, 05-30 abril, 1989.

CÁURIO, R. Artêxtil no Brasil: Viagem pelo Mundo da Tapeçaria. A Journey through the World of Tapestry. Versão de Esther Stearns Dutra e Silva, Kristen Ann Christensen. Rio de Janeiro: Rita Cáurio (ed.), 1985, 304p., il., color., p. 233.

CONVITE. Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, 10-25 nov., 1983.

CONVITE. Mostra Coletiva de Tapeçarias. Guarujá: Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura, 20 abr. - 06 maio, 1984.

CONVITE. Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. Campinas: Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 10-31 ago., 1983.
 
ENTREVISTA com Delba Marcolini, 11 de agosto, 2003.
 
REPORTAGEM. Estilos Diversos de Tapeçaria em Guarujá. Santos: A Tribuna de Santos, sexta-feira 20 abr., 1984.

No comments: