Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

Sunday, February 19, 2012

ARTISTA DO MÊS DE FEVEREIRO, 2012: ROBERTO BURLE MARX. (1909-1994).

O artista plástico, cenógrafo, figurinista, desenhista de tapeçarias, jóias e vidros, paisagista e jardineiro, pintor e escultor, Roberto Burle Marx, nasceu em São Paulo. A mãe de Burle Marx tinha ascendência francesa e seu pai, alemã. O artista viveu em Berlim (1928-1929) e faleceu no Rio de Janeiro, onde voltou a viver. R, Burle Marx estudou na ENBA, com Léo Putz, artista alemão da escola de Munique (1930); ele foi aluno de Alberto da Veiga Guignard, e estudou com Pedro Correia de Araújo, Celso Antonio e Cândido Portinari. Burle Marx tornou-se assistente de Portinari na pintura dos murais em azulejos, painéis do edifício do antigo Ministério da Educação, e Saúde (Rio de Janeiro, 1937).

Burle Marx passou a criar jardins: no seu primeiro projeto ele utilizou agrupamentos de plantas de diferentes espécies, sendo que as plantas foram colocadas como esculturas vivas sobre campo gramado. Esta utilização da planta como objeto plástico, vivo, tornou-se sua assinatura nos jardins criados no estilo diferenciado de paisagismo contemporâneo (1932-). Burle Marx criou os magistrais jardins do aterro do Flamengo, que até hoje conservam a beleza e a modernidade do projeto, além de inúmeros outros parques e jardins, na América Latina, Estados Unidos, bem como em outras localidades pelo mundo.

Jovem, vivendo na Alemanha, R. B. Marx entrou em contacto com obras de estética Cubista e pode apreciar quadros de Paul Cézanne, Henri Matisse, Georges Braque, Paul Klee e Pablo Picasso. Durante a década de 1930, sua obra pictórica começou a ser reconhecida. Burle Marx também realizou obras em técnicas de Artes Aplicadas e Decorativas como Tapeçarias, estamparia em tecidos, jóias em ouro e pedras brasileiras, além de ter criado cenografia e figurinos para espetáculos teatrais e para o Ballet do IV Centenário de São Paulo.

Flávio de Carvalho fez o moderníssimo Retrato de Burle Marx (1955, óleo/ tela, 62 cm x 73 cm), que esteve em exposição na Coleção Fadel, no CCBB (Rio de Janeiro, 2002). Aluno e amigo de Alberto da Veiga Guignard, que também fez o Retrato de Burle Marx (1940, óleo/ tela, 46 x 38 cm., no acervo do Sítio Burle Marx, IPHAN - MINC), Burle Marx, quando começou a pintar, flertou com vários estilos inclusive os de seu mestre Guignard, bem como o Cubismo de P. Picasso, como em Saxofone (1945, óleo/ tela, 101 cm x 81 cm., no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN - MINC). O artista se inspirou nos estilos de E. Di Cavalcanti e C. Portinari, como em As Costureiras (1941, óleo/ tela, 99 cm x 80 cm., no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN - MINC) e Aguadeiras (década de 1940, 63 cm x 70 cm, na coleção Leonel Kaz, Rio de Janeiro); e Alfredo Volpi, como na obra Sem Título (óleo/ madeira, 110 cm x 220 cm., coleção Paula e Jones Bergamin). Burle Marx flertou com o Concretismo, na tela Sem Título (1953, óleo/ tela, 123 cm x 150 cm., acervo de Paula e Jones Bergamin). Todas estas obras foram apreciadas em conjunto na mostra Roberto Burle Marx 100 anos: a permanência do instável, realizada com curadoria e projeto de Lauro Cavalcanti, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, dez. 2008 - abr., 2009). Nas várias salas a mostra expôs obras nas Artes Plásticas: Pinturas, Cenários e Figurinos, Tapeçarias, Desenhos e Gravuras, Pinturas em tecidos; e Paisagismo no Rio de Janeiro, Projetos Públicos Nacionais, Projetos Públicos Internacionais e Projetos Residenciais.

Na década de 1930 ocorreu a transição na obra de Burle Marx, da pintura Figurativa, para a Abstração, As formas de seus jardins se transformaram em Abstrações nas pinturas da década de 1940. Abstração vigorosa, ampla, impactante, pessoal, delimitada por campos de cor, com áreas detalhadas trabalhadas no interior desses campos, conforme assinalou o curador da mostra, Lauro Cavalcanti. Apreciamos as grandes telas, Sem Título (1974, óleo/ tela, 199,5 x 266 cm.); Sem Título (1991, acrilico/ tela, 202 x 260 cm); Sem Título (1991, acrilico/ tela, 202 x 260 cm); Sem Título (1992, acrilico/ tela, 202 x 260 cm); Sem Título (1993 acrilico/ tela, 202 x 260 cm); destacamos a sua série Veneza (1970, óleo/ tela, 122,5 x 180 cm); todas as obras citadas no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN – MINC.

Nas Artes Decorativas, as Tapeçarias monumentais, todas em exposição na mesma sala: Sem Título (1980, lã, 198 cm x 265 cm, no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN - MINC); Sem Título (1969, lã, técnica manual e industrial Tecelagem Parayba, São José dos Campos, SP., 327 cm x 2638 cm), criada para o Salão de Eventos do Executivo no Centro Cívico de Santo André, pertencente ao acervo da Prefeitura de Santo André); Sem Título (talagarça bordada, 276 cm x 500 cm, no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN - MINC). Nas vitrines da mesma sala foram apresentados os estudos de Burle Marx para a Tapeçaria de Santo André, 5 pranchas (guache/ papel, 33 cm x 56 cm, coleção particular) e outras 5 pranchas (guache/ papel, 33 cm x 56 cm, no acervo do Sírio Burle Marx, IPHAN – MINC).

Os desenhos para os figurinos de Petrouchka (1954), 5 desenhos de figurinos e 1 desenho de cenário (guache/ papel), para o Ballet do IV Centenário da Cidade de São Paulo (v.). Foram apresentadas na mesma vitrine 3 fotografias de bailarinos vestidos com os figurinos de R. Burle Marx. Para a ópera de Richard Strauss, Ariadne em Naxos, encenada no Theatro Municipal (Rio de Janeiro, 1988); e para a peça O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, encenada no Teatro Municipal de Santo André, SP, (guache/ papel, 50 cm x 70 cm). Nas Artes Decorativas jóias em ouro e pedras brasileiras; e vidros de Murano (Itália, década de 1990, pertencentes ao acervo do do Sírio Burle Marx, IPHAN – MINC). Quanto as obras de Paisagismo, destacamos o projeto para as calçadas de Av. Atlântica (década de 1970); o do Biscayne Boulevard (Miami, Estados Unidos, década de 1980); e o da Praça Rosa de Luxemburgo (Berlim, Alemanha, década de 1990).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

AYALA, W.: SEFFRIN, A. Dicionário de pintores brasileiros. Curitiba: UFFR - Universidade Federal do Paraná, 1997. 2ª ed., ver., ampl.< 428p. : il., color.,
p. 69.

FOLHETO. Roberto Burle Marx 100 Anos: a permanência do instável. Curadoria: Lauro Cavalcanti. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 12 de dez., 2008- abr., 2009.


SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. München – London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il., p. 102.

LEITE, J. R. T. Dicionário Crítico de Pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Paulo Mendes da Silva - Art Livre, 1988, p. 93.

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